3 de out. de 2009

Deixando o cântaro.

“Vocês, samaritanos, adoram o que não conhece; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus. No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade.” João 4:22-23

Há muito tempo atrás numa terra longínqua, existiu uma certa mulher samaritana. Essa mulher era descendente de estrangeiros que tinham morado muitos anos antes na região que depois seria conhecida como a província de Samaria. Ali esses estrangeiros se misturaram, casando-se com judeus e, em parte, adotaram sua religião, e, em parte, adoravam seus próprios ídolos, surgindo assim uma espécie de sincretismo religioso, algo mortalmente perigoso e abominável por Deus. Essa mulher tinha sede, muita sede, e assim, todos os dias ela fazia algo que lhe exigia muito esforço, pegava o seu velho cântaro e se dirigia até um poço d’água que ficava localizado nas redondezas da cidade. Uma vez lá, enchia o seu recipiente de barro com água daquela fonte e retornava para casa. Nesse processo de idas e vindas ele tinha mais sede do que a água que podia carregar. Até que um belo dia lá pelos idos dos anos 30 DC ao chegar no poço ela encontra um senhor (O Senhor), sentado a beira do poço, algumas características físicas logo fizeram a mulher perceber que ali se tratava de um judeu, o que de imediato fez ela mudar seu semblante, demonstrando assim uma certa insatisfação, pois judeus e samaritanos não se falavam. Ela não sabia, mas estava diante Jesus Cristo, o Messias. Em dado momento Jesus pede água àquela mulher, cega por suas convicções religiosas ela retruca: “Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber?” O questionamento dela foi crucial para o desenrolar do diálogo que se seguiria, a partir dele muitas concepções erradas daquela senhora foram desfeitas, maldiçoes foram quebradas e verdadeiramente houve libertação.

A história acima está registrada no livro de João 4:1-42, e nos mostra que a partir daquele encontro grandes transformações aconteceriam na vida daquela samaritana

Preconceito racial – No versículo 7 Jesus pede água à mulher mesmo sabendo que ela se tratava de uma samaritana, pois os judeus não falavam com os samaritanos por considerarem um povo impuro. Aquele pedido deixa a mulher atônita, como um judeu poderia lhe pedir água?

Jesus veio para quebrar as barreiras de todo preconceito. Aquela mulher se encontrava na prática de coisas erradas, era descendente e vivia no meio de um povo idólatra, mas Jesus enxergava ali uma verdadeira adoradora, alguém que precisava apenas que lhe fosse mostrada a verdade.

Cegueira espiritual – Versículo 10 Jesus responde aquela mulher que se ela conhecesse o dom de Deus, e quem estava pedindo água, ela teria pedido e ele lhe teria dado água da vida. Disse a mulher: “O senhor não tem como tirar a água, e poço é fundo. Onde pode conseguir essa água vida?”

Ela não conseguia enxergar que estava diante da própria fonte da água viva, ela ainda questiona: “Acaso o senhor é maior que nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu? Pobre senhora, tão arraigada nos costumes dos seus antepassado, que deixava sua visão embotada. E, hoje? Quantas pessoas ainda se mantém fiéis a conceito errados do passado, crendices, terços e tolices. Quantas ainda vão buscar matar a sua sede em fontes erradas, sujas, águas que contaminam, matam mais do que saciam a sede.

“Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4:4

“Não a nós, SENHOR, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua benignidade e da tua verdade. Porque dirão os gentios: Onde está o seu Deus? Mas o nosso Deus está nos céus; fez tudo o que lhe agradou. Os ídolos deles são prata e ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos têm, mas não vêem. Têm ouvidos, mas não ouvem; narizes têm, mas não cheiram. Têm mãos, mas não apalpam; pés têm, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos os que neles confiam.” Salmo 115:1-8

Quebra de maldição – Versículo 17 Ele lhe disse: “Vá, chame o seu marido e volte”. “Não tenho marido”, respondeu ela. Disse-lhe Jesus: “Você falou corretamente dizendo que não tem marido. O fato é que você já teve cinco; e o homem com quem agora vive não é o seu marido. O que você acabou de dizer é verdade.”

Havia na vida daquela mulher uma maldição, provavelmente tinha filhos, mas nunca teve marido, talvez relacionamentos rompidos pelo peso da maldição de separação. Quantas famílias hoje não estão e são destruídas a todo instante, laços matrimoniais rompidos, filhos sem pais, pais adúlteros. Certamente a samaritana teve um oportunidade de confessar seus erros, talvez não tenha sido fácil pra ela expor sua intimidade, mas, aquilo foi a cura da ferida aberta. Eu creio que ali satanás perdeu as forças na vida dela, naquele instante ao abri sua boca e dizer que nunca teve um marido, o ciclo foi interrompido, a maldição de solteirice foi descontinuada.

Religiosidade – Versículo 20 “Nosso antepassado adoravam neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar.”

Onde devemos adorar a Deus? Como devemos adorá-lo? A mulher tinha como referência de adoração o monte, se não fosse no monte, pra ela Deus não aceitava sua adoração. O próprio Jesus responde: Vs 23-24 “No entanto está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, São este os adoradores que o Pai procura”.

Naquele momento Jesus quebrava o jugo da religiosidade, um peso demasiadamente grande e insuportável que muitos tem carregado nos ombros. Deus é espírito e importa que nós o adoremos em espírito e em verdade. Muitos estão presos a vestes, locais, rituais, maneiras, gestos mecanicamente ensaiados para adorar a Deus, e muitas vezes perdem a oportunidade de adorar verdadeiramente.

Deixando o cântaro – Versículo 28 Então, deixando o seu cântaro, a mulher voltou à cidade e disse ao povo:”

Depois do encontro com Jesus aquela mulher se encontrava extasiada, a alegria é tamanha que ela deixa para trás o cântaro, aquele pesado objeto de barro de tantos anos sendo carregado nos ombros, lhe causando fadiga, dor e sofrimento, agora era esquecido. Algumas pessoas também tem carregado cântaro durante toda sua vida, são tantos os cântaros: Idolatria “pagamento de promessas que não tem fim” – Jesus já pagou o preço ali na cruz do calvário; A falta de perdão; Desonestidade – Alguns tem enchido o cântaro da desonestidade, sempre procurando dá um jeitinho de “subir” na vida mais rápido; Prostituição; Adultério; Avareza; Rebeldia, etc. Todas essas coisas são fardos muitos pesados.

Jesus disse àquela mulher: “Mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Ao contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”. Em outras palavras Ele estava dizendo: Você não precisa mais carregar esse cântaro, hoje eu te livro do peso dele, basta você querer, a decisão é sua.

Aquela mulher samaritana provavelmente era desacreditada, talvez fosse motivo de escárnio, talvez ninguém naquela cidade respeitasse ela, mas, depois do encontro com Cristo tudo mudou: O seu aspecto mudou, a sua voz mudou, ela agora tinha um brilho radiante. Foi tão radical a mudança que ela influenciou a vida de outras pessoas, no versículo 42 encontramos a seguinte declaração dos habitantes daquele lugar: “E disseram à mulher: Agora cremos não somente por causa do que você disse, pois nós mesmos o ouvimos e sabemos que este é realmente o Salvador do mundo”. Oh! Glórias! Ela agora anunciava o evangelho de Cristo Jesus, livre do cântaro tinha se tornado uma evangelista.

Hoje é dia de salvação, amém!

Aldrin Sena


Um comentário:

  1. Independente do quem somos Cristo só ver algo em nós. A criatura e o estado de filhos que podemos nos tornar. Recebendo a Jesus Cristo. Aquela mulher se escondia do seu povo pois sabia que estava em pecado de aduterio. Pecado que aquela epoca recebia a sentença de morte. por isso ela tirava agua as 12:00hs. o horario mais escaldante daquela região. Mais Jesus a encontrou e mudou a sua historia. Ela permitiu é claro!!! Mudança é o que todos nós precismos!!

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